quarta-feira, 5 de junho de 2013


História de Leitura
Amo histórias de leitura. Levo para a sala de aula todas que encontro e esse ano já li Felicidade Clandestina, da Clarice, para todas a minhas turmas. 
Não sei bem como comecei a ler, acho que quando fui alfabetizada. Desde então, lia tudo que em caia nas mãos, sem critério nenhum. Minha mãe era parteira e tinha em casa um livro que contava as histórias de uma parteira. Li várias vezes, antes dos 10 anos. A empregada curtia fotonovela. Li todas que me caíram nas mãos. Meu pai comprava revistas masculinas e achava que escondia bem. Li muitas, sem pular nada! Que formação literária espetacular!!! Não posso esquecer da Folha de São Paulo, companheira de todos os dias e uma lindíssima Bíblia das crianças, presente do tio Joel, que eu li, reli e que perdi. (Gostaria muito de tê-la para partilhá-la com meus filhos e netos).
A escola me salvou. A professora me deu o Pequeno Príncipe e começou a me emprestar os livros da biblioteca que eram guardados a sete chaves e mal folheados por nós. Na oitava série, conheci uma professora de português que tinha sua própria biblioteca e que não se importava de que eu fosse lá e pegasse o  que eu quisesse... era um sonho. Li todos os românticos brasileiros naquele ano. 
No Ensino Médio, eu pegava carona para Lorena e frequentava a biblioteca da Fatea. Toda semana pegava um livro e devolvia o anterior. Eu lia nas aulas chatas, lia no banheiro, lia de lanterna quando minha mãe brigava.
A verdade é que  sou viciada, tenho que confessar. Conheço meus limites. Como  já disse Rubem Alves tenho fome, sou devoradora e se começo um  livro, deixo todos os meus outros afazeres em segundo plano enquanto não o termino. Por conta do meu vício, sou obrigada a me manter afastada da leitura no período letivo.
Tenho de confessar que cai em tentação nesse semestre e li "Freddie Mercury,a  Biografia Definitiva", em 5 dias, mesmo trabalhando cerca de 14 horas por dia e que pior, levei-o aos encontros presenciais do curso e li em todos os momentos em que foi possível. É vergonhoso, mas vício, vocês entendem, é difícil de controlar. 
Na cabeceria tenho Grandes Sertões. Esse eu não devora, saboreio cada página, pois é maravilhoso. 
Li toda a saga Crespúsculo, o Percy Jackson, sem contar o Harry Poter e o Senhor dos Anéis. Não encarei ainda os 50 tons e não estou com a menor vontade. Estou lendo uma adaptação das Mil e uma Noites para a minha neta e para os alunos do EJA e do  sétimo ano também. Quem gostou mais foi o pessoal do EJA, seguido da Alice - a neta e em último o pessoal do sétimo ano. Estou pensando ainda se vou trocar a leitura para eles. 
Aqui em casa trocamos livros de presente - tenho três filhos e um marido que também leem -  e na escola particular em que trabalho inventamos o amigo secreto livro para as férias de julho.

Conto depois outros lados dessa história. 



4 comentários:

  1. Bom dia, Mirian!

    Adorei seu blog e o texto é enriquecedor!Também viajei por todo conteúdo e me informei bastante.

    Abraços!!

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  2. Miriam,
    Que alegria ao ler seu texto e me lembrar que eu também lia fotonovelas na puberdade. Que experiência boa partilhar momentos de um passado tão distante e que se faz tão presente agora.
    Eliane Faria - grupo 4

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  3. Adorei seu texto, é enriquecedor, você está de parabéns... abraços

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